domingo, 8 de março de 2009

POR MARES NUNCA ANTES NAVEGADOS


Fui toda silêncio, medo e espuma branca. Barco ancorado sem histórias de viagens...
Marcada pelas garras do tempo descobri, nesse pequeno espaço onde todos os segundos parecem querer demorar, o desafio.
Numa jornada lenta, pelos caminhos do eu interior, descobri que as esperas já não importam. Procuro-me no cheiro do orvalho. No silêncio do deserto. Nas estrelas, em noite de luar. Nas ondas salgadas do mar. E, nesse mar revolto, de sonhos naufragados, empreendo a minha viagem. Consciente de que a direcção é mais importante que a velocidade.
Abro as portas do coração e experimento. A minha alma escorre como um rio de músicas que embalam, tecendo a surpresa e o encantamento.
Existo como um ser que se reconstrói entre feitos singulares e a fé. Na imensidão do desconhecido, sinto-me pequena mas inteira. Ando por mares nunca antes navegados. Vejo mundos nunca vistos nem sonhados. Na senda da ousadia, deixei de ser barco ancorado e passei a ser onda do mar.

1 comentário:

Concha disse...

Advinho ondas inesperadas de 15 metros de altura que arrastam tudo o que o mar lhes levou.
Parabéns, também acho que é uma boa opção.

Beijinhos