terça-feira, 7 de abril de 2009

RASCUNHO DE UM BEIJO

[O som de um beijo não é tão elevado como o do canhão mas o seu eco
perdura por muito mais tempo.]

Oliver Wendell Holmes


A noite caiu de mansinho e a quietude, envolta na ventania, deixou-me suspensa no tempo dos afectos. Foi um acaso que me levou , naquele dia, àquela hora...
Prendo-me ao verde do teu olhar, num bailado de impulsos lascivos e vontades imprevistas. Algo sobrenatural, acima da minha compreensão.
Sinto o doce odor que vem de ti e me consome, aliviando a angústia da espera. Faltam-me os teus lábios... Para um beijo que me cala e liberta. Um beijo afectuoso e sem pressa. Um beijo que transmite poesia e erotismo. Um beijo intenso, quente, molhado... Um beijo surpreendente e escandaloso. Um beijo sem registo, no repertório da sedução.
Na loucura sã, as bocas ávidas anseiam por mais, arrancando gemidos profundos e sentidos. Suores ateados enchem-nos de volúpia que, inquieta, espelha sorrisos e sopra silêncios...
Nesta valsa de beijos, desejo que o tempo não te leve. Quero o teu sabor. Quero o teu sentir que me deixa ser eu mesma, dentro da fantasia.

1 comentário:

Concha disse...

A imagen,do belo,do prazer,
quando é memorizada,é porque valeu a pena.
Há sempre um acaso...
Bjs