sábado, 29 de novembro de 2008

"AMOR É AMOR"

Recebi um e-mail com um texto. Li. Reflecti. Concordei. Discordei. Concordei outra vez. Continuo a pensar... Extremista? Realista? ... Copiei. Desconheço o autor. Partilho.
"Para esquecer uma pessoa não há vias rápidas, não há suplentes, não há calmantes, ilhas nas Caraíbas, livros de poesia... só há lembrança, dor e lentidão, com uns breves intervalos pelo meio para retomar o fôlego. Quando já é tarde para voltar atrás, percebe-se que há esquecimentos tão caros que nunca se podem pagar. Como é que se pode esquecer o que só se consegue lembrar! Aí está o sofrimento maior de todos. Aí está a maior das felicidades. O que eu quero fazer é o elogio ao amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje em dia as pessoas apaixonam-se por uma questão prática. Porque dá jeito. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato. Por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos, e a mínima merdinha entram em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornam-se sócios. O amor transformou-se numa variante psico-socio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que deveria ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas em vez de se apaixonarem de verdade, ficam praticamente apaixonadas. Eu quero fazer um elogio ao amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há. Estou farto de conversas, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, babanóides, borra-botas, matadores de romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa e a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho" sentimental. AMOR É AMOR. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo de ainda apanhar um bocadinho de Inferno aberto. O amor é uma coisa e a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessaria. A ilusao é bonita. Não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que se quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar. O amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Só um minuto de amor pode durar a vida inteira. E fazê-la valer também."

1 comentário:

Concha disse...

Ninguém aprende a falar de amor,existe,acontece,aparece e desaparece.

Abraço,